Depois do mês de todos os regressos, rentrées e recomeços, eis-me novamente escrevendo as linhas de mais uma newsletter. Há um ano, aproximadamente, contava-lhe sobre a novidade desta iniciativa, que colocava os membros da Direcção da Cossoul a assinar uma mensagem mensal, procurando estabelecer um diálogo directo com os seus sócios. Promessa essa que — não obstante uma ou outra ausência — temos cumprido. E que, por sugestão da radialista Teresa Rouxinol, estendemos ao formato de áudio (para ouvir aqui).

Hoje, antes de olharmos a programação de Outubro, queria começar por fazer um balanço do festival que acaba de ter lugar na nossa sede: a 6ª edição do Reverso. Foram três dias de conversas, apresentações, concertos, livros, exposições, palestras, enfim, de encontro(s) entre artistas, autores e editores independentes — mote deste festival que desde 2019 não se realizava. Muitos dos temas discutidos ainda reverberam não só nas paredes do edifício n.º 66 da rua Nova da Piedade, mas dentro de nós. Ser independente exige de cada um, mas sobretudo de uma instituição centenária e de interesse público como é a Cossoul um grande esforço. Em Lisboa, sem grande surpresa, várias forças convergem para esvaziar o seu centro de habitantes locais, teatros, cinemas, cerveja barata, colectividades, recreio, etc… Se alguma liberdade e independência nos resta é graças a si, caro sócio, cara sócia. E a si, caro leitor, cara leitora, que não sendo sócia (isso pode mudar https://www.google.com/url?q=https://guilhermecossoul.us8.list-manage.com/track/click?u%3D2690d5811f099dc91e0cf626d%26id%3De09718e942%26e%3Da4bf95015a&source=gmail&ust=1728222312244000&usg=AOvVaw0kHXBhNDfz9PwRyA4maIcH">aqui), nos visita e participa da nossa Comunidade. 

Seguindo a pista da Liberdade, a nossa programação musical de Novembro conta com alguns concertos que fazem desse direito um dogma irrevogável: é o caso do trio de Hein Westgaard (dia 3, Quinta-feira), guitarrista e compositor noruguês, de jazz e música experimental que apresentam o seu mais recente álbum First as Farce; ou do trio nacional PUMA (dia 26, Sábado), de que fazem parte Bruno Parrinha, Bruno Pedroso e João Madeira. Também teremos os habituais concertos de música improvisada da Creative Sources com Ernesto Rodrigues (dia 2, quarta-feira) e o do saxofonista José Lencastre (dia 17, Quinta-feira) que convida Michael Fischer, Tainá e i o u e Guilherme Pestana Vaz (que salta da mesa de som da Cossoul directamente para o tapete-palco). Ainda este mês a Banda Juvenil Guilherme Cossoul tocará no Convento dos Cardaes (dia 19, Sábado) temas de Leonard Bernstein (West Side Story), Ennio Morricone (Cinema Paradisio) e Richard Rodgers (The Sound of Music). 

Até Novembro é ainda possível visitar três exposições: Entre as ausências de Luzia Alves, do âmbito do Ciclo-Balão; Fulgor de Ricardo Castro Ferreira, inaugurada no contexto do Reverso e a exposição fotográfica de Miriam Pedroso, com fotografias do festival esta noite improvisa-se, realizado o ano passado na Cossoul. São três artistas, gerações, percursos e estéticas muito diferentes, que encontram na Cossoul uma parede comum — porque é para isso que elas existem: por gosto e um pouco mais de Cultura.

Caro leitor e cara leitora, não deixe de nos visitar e fique à vontade para nos escrever, fazendo sugestões e apresentando propostas.

Até breve