“O título ‘Novembro’ foi escolhido por ser o mês de aniversário de Pedro Barroso”, explicou à agência Lusa Fernando Matias, editor da Ovação, referindo que o disco foi concluído em novembro do ano passado.
O disco conta com a participação de Patxi Andión, que morreu em dezembro do ano passado. Os dois músicos interpretam em conjunto a canção “Rumos”, que abre o alinhamento deste trabalho: “Que lutas nos sobram, que ninhos/ Que gaivotas esvoaçam pelo mar?/ Que sustos, e dores e caminhos/ Que causas inda’ há para lutar?”
A canção termina, parecendo uma antevisão dos dois cantores: “Aqui vos deixo esse aviso/ Por tudo o que quis urgente/ Viver é sempre improviso/ Por isso mesmo é preciso/ Crescer nas bermas do vento”.
Recordemos as palavras de Pedro Barroso, à Lusa, sobre a participação de Patxi Andión: “A escolha tímbrica e o simbolismo desta geração ibérica de cantores de luta e da sensibilidade, diz tudo. Ambos nos estreámos no Zip Zip, em 1969. Também aí é histórico”.
Mas este disco não deixa de ser um testemunho e vida, o que lhe era essencial era “respirar em arte, busca, olhar, harmonia”. Mais que uma justificativa, Pedro Barroso diz-nos que nos caminhos percorridos, aAtravessei os dias deste país, desde o velado e negro ao entusiasmo da estrada descoberta. Ao fim de uma vida cheia de episódios, amores, paixões e acreditares vários, as nossas exortações reduzem e transformam-se. Mas que nunca pereça o sentido maior da Liberdade”.
Termina com um apelo: “Continuemos todos a amar a vida nos seus objetos, sabores, cores, sons, pessoas e lugares”.
Pedro Barroso, que morreu em março passado, aos 69 anos, definia-se como um “homem de música e palavras”, tendo gravado “mais de 30 discos”, “Novembro” é constituído por dez canções, todas com letra e música de Pedro Barroso.
